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romanarmy.eu investiga um novo recinto fortificado inédito entre a Galiza e Portugal

Entre hoje, segunda-feira, 24, e sexta-feira, 28 de Maio, uma nova campanha arqueológica será levada a cabo pelo grupo de investigação romanarmy.eu, desta vez centrada num recinto fortificado inédito na fronteira entre a Galiza e Portugal. Este é o sítio arqueológico do Alto da Raia, uma fortificação retangular descoberta recentemente por este grupo. A intervenção arqueológica procura validar a hipótese de que este sítio se possa tratar de um acampamento militar romano. Se assim for, este sítio arqueológico teria grande valor histórico para conhecer os processos de conquista e assimilação deste território por parte de Roma. O projecto é financiado pela Comissão Europeia através do projecto Finisterrae, liderado pelo arqueólogo da Universidade de Exeter João Fonte e conta com o apoio financeiro e logístico do Município de Montalegre, da Junta de Freguesia de Tourém, do Ecomuseu de Barroso e do Concello de Calvos de Randín.

Domínio sobre o vale
O sítio do Alto da Raia foi identificado através do processamento e análise dos dados LiDAR fornecidos pelo Instituto Geográfico Nacional (IGN) através do Plano Nacional de Ortofotografia Aérea, que na última década permitiu a detecção de inúmeros sítios arqueológicos. Estes dados permitiram a localização de um recinto fortificado de aproximadamente três hectares de tamanho que domina o vale do rio Salas. É possível identificar em campo um talude de terra que se conserva em três das faces do recinto defensivo. Além disso, pode haver um fosso externo que complementaria essa defesa do lado de fora. A morfologia, a dimensão e a disposição do recinto permitem sustentar a hipótese de que se trate de um acampamento militar romano. A intervenção arqueológica, realizada em colaboração com a empresa Era-Arqueologia, procurará validar esta hipótese.

Um projeto de investigação a grande escala
A intervenção do Alto da Raia faz parte do projeto Finisterrae (https://cordis.europa.eu/project/id/794048), financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa Marie Skłodowska-Curie (grant agreement 794048). Este ambicioso projecto de investigação arqueológica pretende investigar o impacto da primeira romanização no vasto território situado entre o sul da Galiza e o norte de Portugal. Neste contexto, já foram realizadas duas intervenções arqueológicas anteriores em 2020 nos acampamentos militares romanos do Alto da Pedrada (Soajo, Arcos de Valdevez) e Lomba do Mouro (Castro Laboreiro, Melgaço e Verea, Ourense), todos localizados dentro da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés.
Transmissão em direto

A intervenção será transmitida em direto nas redes sociais do coletivo romanarmy.eu. Na segunda, quarta e sexta-feira, o arqueólogo João Fonte fará transmissão em direto a partir do sítio Alto da Raia no facebook corporativo do coletivo romanarmy.eu, oferecendo novidades sobre o estudo arqueológico e permitindo que os usuários conheçam a evolução da intervenção.

Romanarmy.eu, um colectivo de investigação arqueológica
Romanarmy.eu é um coletivo científico que investiga a presença militar romana no Noroeste da Península Ibérica, sendo conformado por investigadores de distintas universidades e centros de investigação europeus, diferentes disciplinas e especialistas em várias épocas históricas. As suas publicações, membros e actividades podem ser consultadas em romanarmy.eu.

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