Decálogo de RomanArmy.eu

  1. RomanArmy nasceu em 2016 como um coletivo de investigadores interessados na arqueologia do conflito e no estudo do processo de conquista do NW Ibérico por parte de Roma. Nesta linha, pretende conjugar competências, conhecimentos e sinergias para explorar novas vias de investigação na experimentação e na inovação, mas também no rigor científico e na qualidade da investigação.
  2. RomanArmy não se constitui como um grupo de investigação formal dentro de uma estrutura universitária ou de um centro de investigação em particular, independentemente de que alguns dos investigadores que o integram possam desenvolver a sua atividade nestes âmbitos. Deste modo, o coletivo não pretende recorrer a fontes de financiamento convencionais próprias deste tipo de grupos (planos autonómicos, ministeriais ou europeus de I+D+i), sendo assim autónomo, autossustentável e suportado pelo esforço e dedicação dos seus membros. Unicamente poderá estabelecer alianças e colaborações pontuais com estes centros para ações concretas, mas sempre desde uma relação de horizontalidade e de respeito pelos princípios que regem RomanArmy.
  3. RomanArmy funciona de maneira descentralizada, com atuações propostas pelos próprios membros, aprovadas por consenso e às quais o resto de investigadores do coletivo se incorpora voluntariamente se assim o considerar oportuno.
  4. RomanArmy não se centra apenas na produção de conhecimento, senão que aposta pela socialização da investigação. Deste modo, abre canais de comunicação diretos tanto com outros colegas do âmbito científico e académico, como com o público geral, procurando incorporá-lo ao próprio processo de geração de conhecimento. Por isso, RomaArmy explora novas vias para a difusão dos resultados para além dos formatos estândares de publicação académica.
  5. RomanArmy comparte uma visão de ciência democrática, dinâmica, aberta, feminista e na ideia de que esta deve contribuir a melhorar a sociedade criando uma cidadania mais crítica e informada. Neste sentido, RomanArmy constitui-se como uma plataforma de ação científica que, apesar do seu limitado alcance e possibilidades como coletivo, desborda muitas das problemáticas burocráticas, administrativas e de gestão que nestes momentos afogam uma boa parte das instituições académicas e científicas.
  6. O quotidiano de RomanArmy baseia-se num debate aberto e proposto em termos de liberdade, igualdade, horizontalidade e democracia entre os seus membros, assim como entre estes e a sociedade em geral. Este debate fundamenta-se no intercâmbio de ideias, na busca de consensos e na aprendizagem coletiva, o qual reforça o compromisso de honestidade e transparência do grupo. Permite-nos escutar, duvidar, opinar, consciencializar e aprender na liberdade e na multivocalidade.
  7. RomanArmy aposta claramente pelo respeito pela diversidade de pensamento, que vem fundamentado pelo carácter interdisciplinar, heterogéneo e frequentemente heterodoxo do grupo, conformado por investigadores procedentes de diferentes disciplinas, tradições investigadoras, áreas geográficas e com diferentes interesses. Esta bagagem vital não determina o estabelecimento de hierarquias, senão que se encontra ao serviço do bem comum e do pensamento plural.
  8. RomanArmy é um coletivo nativo digital que se embebe do carácter imediato e interativo que emana deste conceito, o que nos permite abrir diálogos francos com a cidadania, seguindo os princípios da ciência pública e em aberto. Apostamos por uma visão mais aberta da propriedade intelectual como um bem público e adotamos uma ética hacker na nossa relação com a tecnologia: reinterpretando-a, reinventando-a e explorando novos usos tanto para a investigação como para a comunicação do processo científico.
  9. RomanArmy entende-se como um coletivo transdisciplinar, em permanente construção e portanto cambiante, mas sempre baseado nuns princípios éticos e de compromisso social bem definidos aos que atende este decálogo.
  10. RomanArmy nasceu nas margens da Academia, como uma anomalia no sistema. Com utópica irreverência, constitui-se como modelo meta-académico. Bebe dum latente ativismo envolvido em desenfado. RomanArmy autodefine-se como coletivo de investigação com arquitetura de WhatsApp.