Juntamente com o artigo do nosso colega José M. Costa, o mais recente número da revista Arkeogazte contém um trabalho assinado por membros da nossa equipa onde apresentamos um estudo preliminar de um acampamento romano ou castra aestiua recentemente identificado no lugar de A Serra da Casiña (Valboa, León).
Neste artigo descrevem-se as evidências construtivas e o contexto espacial do acampamento localizado nos arredores da aldeia de Valverde. O recinto fortificado, com entre 11 e 12 hectares de extensão, foi ocupado temporalmente por um contingente militar romano num momento indeterminado que, todavia, pode estar relacionado com o período de conquista e pacificação das montanhas bercianas na mudança de era. Como noutras ocasiões, a identificação foi possível graças à utilização de técnicas de teledetecção remota como a fotografia aérea e de satélite, além do uso da tecnologia LiDAR, que está a revolucionar a arqueologia nas zonas montanhosas e com coberturas vegetais densas como as montanhas do Noroeste Ibérico.
O momento exacto de ocupação do acampamento de A Serra da Casiña não foi ainda definido, pois a equipa não dispôs do financiamento necessário para realizar prospecções ou escavações arqueológicas que possam dissipar tais questões. No entanto, a localização do acampamento reforça o protagonismo da área montanhosa que actualmente separa as províncias de León e Lugo durante a conquista e dominação romana deste território. Abre-se, além disso, um debate sobre a extensão em direcção ao ocidente do teatro de operações das Guerras Astúr-Cantábricas (29-19 a.C.).
O recinto de A Serra da Casiña supõe um novo marco para as investigações arqueológicas na província de León, uma vez que se junta a uma lista de acampamentos romanos de campanha -sítios como os de Huerga de Frailes (Villazala) ou A Granda das Xarras (Candín) – em constante ampliação graças ao paciente trabalho de numerosos arqueólogos envolvidos no estudo da conquista e romanização dos territórios do Noroeste da Península Ibérica.
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