Histórias


Detalhe da sondagem 2.  Foto: Era-Arqueologia.

► Os resultados da datação absoluta da muralha do recinto por OSL situam a sua fundação em torno ao século II a.C.
► Até agora, Penedo dos Lobos (Manzaneda, Ourense), o acampamento romano mais antiguo, estava datado na época das Guerras Cántabras (29 a. C. – 19 a. C.). Esta nova datação confirma as operações militares romanas na Gallaecia cem anos antes.
► A datação coincide com as primeiras incursões do exército romano no território mencionado nas fontes clássicas, das quais a mais conhecida é a campanha de Décimo Junio ​​Bruto, o Galaico, em 137 a. C.

Santiago, 1 de Junho de 2021. O acampamento romano de Lomba do Mouro (Melgaço, Portugal – Verea, Ourense) é não só o maior recinto militar romano na Galiza e no norte de Portugal, mas também o mais antigo. Foi construído durante o movimento de um enorme contingente de tropas romanas – cerca de 10.000 soldados – que atravessaram a Serra do Laboreiro, tendo aqui erguido uma fortificação temporária. Isto é indicado pela datação absoluta do momento fundacional das muralhas do recinto, obtida com a técnica de datação por luminescência estimulada opticamente (OSL), que coloca a construção das duas linhas de muralha provavelmente em torno ao século II a.C. Isto faz de Lomba do Mouro o mais antigo campo cientificamente identificado até à data na Galiza e norte de Portugal e pode ligar a sua construção às primeiras campanhas militares romanas na Gallaecia, segundo historiadores romanos. As datações OSL foram realizadas pelo grupo de investigação C2TN (Centro de Ciências e Tecnologias Nucleares) do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.

Cobrindo mais de 20 hectares, o recinto de Lomba do Mouro foi identificado através da utilização de novas tecnologias de análise do terreni pelo colectivo de investigação romanarmy.eu e foi objecto de uma intervenção arqueológica em Setembro de 2020. A campanha foi liderada pelo arqueólogo da Universidade de Exeter João Fonte como parte do projecto europeu Finisterrae financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa individual Marie Skłodowska-Curie (grant agreement 794048).

O acampamento mais antigo

A campanha arqueológica confirmou a existência de duas linhas de muralha de pedra que puderam ser bem caracterizadas, incluindo elementos defensivos singulares, tais como ‘pedras fincadas’ na linha de muralha exterior, um sistema para dificultar o avanço da cavalaria ou tropas do exército inimigo. Foi durante esta campanha que foram recolhidas e analisadas amostras de sedimento. Através da luminescência, é possível datar o último momento em que os cristais de quartzo foram expostos à luz solar e, portanto, quanto tempo estiveram enterrados sob uma estrutura. A datação média permitiu aos investigadores datar o momento fundacional das muralhas em torno ao século II a.C.

Embora nos últimos anos o colectivo romanarmy.eu tenha localizado numerosos acampamentos militares romanos no noroeste da península, a sua datação é muito complexa. Como são recintos temporários, há muito poucas evidências materiais ou orgânicas que nos permitam obter uma datação cientificamente válida. Até agora, acampamento romanos mais antigo – também investigado pelo clectivo romanarmy.eu- era o de Penedo dos Lobos (Manzaneda, Ourense), onde foi possível encontrar moedas ligando este recinto à época das Guerras Cantábricas (29 AC) 19 AC), com as quais o imperador Octávio Augusto pôs fim ao processo de conquista da Hispânia. O recinto de Lomba do Mouro foi construída cem anos antes do de Penedo dos Lobos.

Uma história épica de conquista

A datação da Lomba do Mouro integra o sítio num contexto histórico conhecido através das fontes clássicas: a crescente pressão de Roma no noroeste da península e o primeiro avanço das suas legiões para subjugar o território dos galaicos. A partir deste contexto de confronto, o episódio mais conhecido é a campanha levada a cabo em 137 a.C. pelo cônsul romano Décimo de Junio Bruto, que alcançou a Gallaecia com duas legiões, atravessando os rios Douro e Lima e chegando até ao Minho. Foi no rio Lima que as fontes clássicas narram o lendário episódio do rio do esquecimento. As duas datações absolutas das muralhas, juntamente com as grandes dimensões do recinto, suportam a hipótese de que este acampamento possa ter sido construído por um contingente ligado a estes tempos, embora devido ao grau de incerteza das datações seja difícil estabelecer uma associação directa com este episódio histórico. Devido ao seu sucesso nesta campanha militar, Décimo Junio Bruto ficou conhecido como o Galaico.

Um documentário sobre as descobertas arqueológicas no Gerês / Xurés

O colectivo romanarmy.eu produziu um documentário que explica as novas descobertas arqueológicas realizadas na zona do Gerês / Xurés e que pode ser visto no canal Youtube deste colectivo de investigação e nesta página web. O documentário está filmado em inglés e conta com legendas em galego, português e espanhol.

Sítios, Histórias, Sítios

Entre hoje, segunda-feira, 24, e sexta-feira, 28 de Maio, uma nova campanha arqueológica será levada a cabo pelo grupo de investigação romanarmy.eu, desta vez centrada num recinto fortificado inédito na fronteira entre a Galiza e Portugal. Este é o sítio arqueológico do Alto da Raia, uma fortificação retangular descoberta recentemente por este grupo. A intervenção arqueológica procura validar a hipótese de que este sítio se possa tratar de um acampamento militar romano. Se assim for, este sítio arqueológico teria grande valor histórico para conhecer os processos de conquista e assimilação deste território por parte de Roma. O projecto é financiado pela Comissão Europeia através do projecto Finisterrae, liderado pelo arqueólogo da Universidade de Exeter João Fonte e conta com o apoio financeiro e logístico do Município de Montalegre, da Junta de Freguesia de Tourém, do Ecomuseu de Barroso e do Concello de Calvos de Randín.

Domínio sobre o vale
O sítio do Alto da Raia foi identificado através do processamento e análise dos dados LiDAR fornecidos pelo Instituto Geográfico Nacional (IGN) através do Plano Nacional de Ortofotografia Aérea, que na última década permitiu a detecção de inúmeros sítios arqueológicos. Estes dados permitiram a localização de um recinto fortificado de aproximadamente três hectares de tamanho que domina o vale do rio Salas. É possível identificar em campo um talude de terra que se conserva em três das faces do recinto defensivo. Além disso, pode haver um fosso externo que complementaria essa defesa do lado de fora. A morfologia, a dimensão e a disposição do recinto permitem sustentar a hipótese de que se trate de um acampamento militar romano. A intervenção arqueológica, realizada em colaboração com a empresa Era-Arqueologia, procurará validar esta hipótese.

Um projeto de investigação a grande escala
A intervenção do Alto da Raia faz parte do projeto Finisterrae (https://cordis.europa.eu/project/id/794048), financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa Marie Skłodowska-Curie (grant agreement 794048). Este ambicioso projecto de investigação arqueológica pretende investigar o impacto da primeira romanização no vasto território situado entre o sul da Galiza e o norte de Portugal. Neste contexto, já foram realizadas duas intervenções arqueológicas anteriores em 2020 nos acampamentos militares romanos do Alto da Pedrada (Soajo, Arcos de Valdevez) e Lomba do Mouro (Castro Laboreiro, Melgaço e Verea, Ourense), todos localizados dentro da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés.
Transmissão em direto

A intervenção será transmitida em direto nas redes sociais do coletivo romanarmy.eu. Na segunda, quarta e sexta-feira, o arqueólogo João Fonte fará transmissão em direto a partir do sítio Alto da Raia no facebook corporativo do coletivo romanarmy.eu, oferecendo novidades sobre o estudo arqueológico e permitindo que os usuários conheçam a evolução da intervenção.

Romanarmy.eu, um colectivo de investigação arqueológica
Romanarmy.eu é um coletivo científico que investiga a presença militar romana no Noroeste da Península Ibérica, sendo conformado por investigadores de distintas universidades e centros de investigação europeus, diferentes disciplinas e especialistas em várias épocas históricas. As suas publicações, membros e actividades podem ser consultadas em romanarmy.eu.

Histórias, Publicações, Sítios

Cronología de descubrimiento/publicación de recintos militares romanos en el noroeste de la Península Ibérica. Los nuevos campamentos están destacados en recuadros punteados.

Una investigación arqueológica ha permitido localizar y catalogar 66 nuevos campamentos militares romanos en el norte de Castilla y León. Los hallazgos suponen un importante avance en la comprensión de las dinámicas de la conquista romana e incrementan en un tercio los recintos militares conocidos para la zona en las últimas décadas.

Los resultados han sido publicados esta semana por los arqueólogos Andrés Menéndez Blanco, Jesús García Sánchez (Instituto de Arqueología de Mérida), José M. Costa García (Universidade de Santiago de Compostela), João Fonte (University of Exeter), David González Álvarez (Instituto de Ciencias del Patrimonio – CSIC) y Víctor Vicente García (Universidade de Santiago de Compostela) bajo el título “Following the Roman Army between the Southern Foothills of the Cantabrian Mountains and the Northern Plains of Castile and León (North of Spain): Archaeological Applications of Remote Sensing and Geospatial Tools”. El artículo se integra en un número especial de la revista Geosciences dedicado a la aplicación de tecnologías geoespaciales y titulado Satellite, Aerial and Ground-Based Remote Sensing for Archaeological and Heritage Research. El artículo puede ser consultado en este vínculo.

El hallazgo se ha producido a través de la observación cuidadosa de distintas colecciones de fotografía aérea y por satélite, así como de la creación de modelos tridimensionales del terreno a partir de datos LiDAR (una técnica reciente que ha abierto nuevos y prometedores caminos para la arqueología) y el empleo de drones. El uso de las nuevas tecnologías ha permitido realizar la búsqueda incluso en los meses de confinamiento gracias a los recursos de acceso público ofrecidos por el Instituto Geográfico Nacional o visores como Google Earth o Bing Maps. Tras esto, los hallazgos han sido comprobados en el terreno y fueron comunicados a los servicios territoriales de cultura para su inclusión en los inventarios de patrimonio, para así garantizar su protección. Una vez satisfechos los procedimientos que establecen las leyes vigentes, se han hecho públicos los resultados a través de la publicación del citado artículo.


Recintos en Villaquilambre (León)

La huella cada vez más nítida de la conquista romana

Los yacimientos arqueológicos descubiertos se corresponden con restos de los campamentos temporales que levantaba el ejército romano al moverse por territorio hostil, o al realizar maniobras en torno a sus bases permanentes. Revelan la intensa actividad romana a la entrada de las montañas del noroeste de Hispania durante la última fase de conquista de la península por Roma en diferentes áreas.
Entre ellos destaca una importante concentración (25 sitios) a lo largo de los valles del norte de Palencia y Burgos, además del sur de Cantabria. En la provincia de León se han documentado hasta 41 sitios repartidos por distintos valles. Entre ellos hay desde pequeños fortines de unos centenares de metros cuadrados, hasta enormes recintos fortificados de 15 hectáreas de superficie. Destaca el hallazgo de dos grandes campamentos de estas características junto a la ciudad de Astorga o las concentraciones de pequeños recintos de maniobras alrededor de la ciudad de León. Algunos de estos asentamientos estarían relacionados probablemente con la conquista de esos territorios a finales del siglo I a.C, mientras que otros pueden responder a las distintas funciones desarrolladas por el ejército en tiempos de paz.


Recintos de Tortolondro (primer plano) y Matimocha (segundo plano), en Burgos.

Un trabajo de campo, desde laboratorio

La pandemia obligó a cancelar los diferentes proyectos de campo que el equipo tenía planificados, y eso obligó a redefinir las dinámicas de investigación, apostando por las tecnologías digitales de manera intensiva para la prospección y análisis de yacimientos. El propio periodo de confinamiento y el trabajo en red de los miembros permitió enfocar el proyecto de manera amplia y está detrás del gran número de sitios arqueológicos localizados.

Una vez identificados, catalogados y descritos, es momento de avanzar en su conocimiento mediante el desarrollo de actuaciones arqueológicas sobre el terreno. Actualmente el equipo está desarrollando un proyecto de catalogación y documentación mediante dron de todos los campamentos romanos de la provincia de León, con el que se quiere conocer mejor sus estructuras o la evolución de su estado de conservación. Continúan asimismo los trabajos en Palencia y Burgos, donde cuentan ya con una consolidada trayectoria de investigación en la comarca del Odra-Pisuerga y, en concreto, de Sasamón, donde se continúa el estudio del poblado del Cerro de Castarreño y su conquista en el siglo I a.C. Además, los investigadores confían en poder llevar a cabo próximamente actuaciones más profundas de prospección y excavación en algunos de los yacimientos recientemente descubiertos, lo que permitiría definir mejor su cronología y función.

Sítios, Sítios

romanarmy.eu inicia intervenções arqueológicas nos recintos fortificados da Peneda-Gerês

O trabalho arqueológico começa esta segunda-feira no Alto da Pedrada, um recinto fortificado, em bom estado de conservação, localizado em Arcos de Valdevez, na Serra do Soajo, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. O objetivo científico passa por validar a hipótese formulada pelo coletivo de investigação romanarmy.eu, na qual este sítio arqueológico é identificado como um acampamento militar romano de carácter temporário. A confirmar-se esta hipótese, este será o primeiro localizado no Norte de Portugal e perto da fronteira galega. Os trabalhos arqueológicos integram-se no projeto Finisterrae financiado pela Comissão Europeia através de uma bolsa individual Marie Skłodowska-Curie liderada por João Fonte (Universidade de Exeter) e decorrerão entre 3 e 8 de agosto.

Em Setembro, no âmbito do mesmo projeto europeu, também será realizada uma intervenção arqueológica no recinto de Lomba do Mouro, localizado entre os concelhos de Melgaço (Viana do Castelo, Portugal) e Verea (Ourense). Ambos os recintos foram localizados pelo coletivo romanarmy.eu entre 2017 e 2018, juntamente com o de Chaira da Maza (Lobeira, Ourense), demonstrando desta forma a excepcional relevância da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés para compreender a presença do exército romano no Noroeste da Península Ibérica. Estes sítios arqueológicos foram publicados pela primeira vez na revista científica de referência Mediterranean Archaeology and Archaeometry em 2019.

Alto da Pedrada
O recinto do Alto da Pedrada está localizado a uma altitude de 1416 metros, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. As condições especiais de isolamento do sítio arqueológico, longe das estradas e dos núcleos de povoamento da zona, facilitou a preservação de grande parte do recinto fortificado e até de três das características portas em clavícula. O seu paralelo mais próximo no Noroeste Peninsular é o acampamento Romano de Penedo dos Lobos, em Manzaneda (Ourense), investigado por romanarmy.eu no Verão de 2018. O recinto, de pequenas dimensões (1,5 hectares) é delimitado por um muro de pedra de dois metros de largura conservado em três dos lados e adapta-se à topografia local. O sítio foi identificado em 2018 através da análise dos dados do LIDAR fornecidos pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho. A intervenção é financiada integralmente pelo Município de Arcos de Valdevez e conta com a colaboração direta da empresa Era-Arqueologia. O trabalho de campo procurará datar e contextualizar historicamente este sítio através da cultura material recuperada e da recolha de amostras com vista à sua datação absoluta no âmbito de uma colaboração com o Grupo de Investigação C2TN do Instituto Superior Técnico de Lisboa.

O trabalho de campo será transmitido em direto através do Facebook Live e as várias ferramentas de comunicação de romanarmy.eu, permitindo que vizinhos e partes interessadas conheçam o progresso do projeto muito rapidamente por parte da equipa de arqueólogos.

O projeto conta também com a colaboração de diferentes entidades locais: as Juntas de Freguesia de Soajo, Cabreiro e Gondoriz, pertencentes ao concelho de Arcos de Valdevez e das Comissões de Compartes dos Baldios de Soajo, Cabreiro e Gondoriz, proprietárias dos terrenos. Os trabalhos foram aprovados pela Direção Geral do Património Cultural e pela Direção Regional da Cultura do Norte. O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas deu também o seu parecer positivo.

Histórias

O Município de Arcos de Valdevez aprovou uma intervenção arqueológica no recinto fortificado do Alto da Pedrada, o que permitirá conhecer mais detalhes sobre o que é um dos acampamentos romanos melhor conservados do Noroeste Peninsular. O sítio do Alto da Pedrada foi localizado por romanarmy.eu a partir da análise digital da zona graças aos dados LiDAR cedidos pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho).


Localização das portas em clavícula no Alto da Pedrada. Fonte dados LiDAR: CIM Alto Minho.

O acampamento romano do Alto da Pedrada encontra-se situado num sítio espectacular da Serra do Soajo, a 1416 metros de altitude, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês. As especiais condições de isolamento do sítio arqueológico, longe das estradas e dos núcleos de povoamento da zona, facilitaram a preservação de boa parte do recinto fortificado e mesmo de três das suas características portas em clavícula. O seu paralelo mais próximo no Noroeste Peninsular é o acampamento romano de Penedo dos Lobos, em Manzaneda (Ourense) investigado por romanarmy.eu no Verão de 2018. O recinto, de pequenas dimensões (1,5 hectares) está delimitado por uma muralla de pedra com cerca de dois metros de largura conservada em três dos lados e adapta-se à topografia local.

Precisamente um dos aspectos mais chamativos do recinto do Alto da Pedrada é que essa muralha foi construída a partir da abundante pedra existente no outeiro. Nas fotografías aéreas, como é possível ver, aprecia-se o “negativo” das zonas onde se retirou o material pétreo, imediato ao lugar de construção da muralha. Desta forma, os militares construíram a muralha com relativo pouco esforço e ao mesmo tempo fizeram mais regular e transitável um caminho de ronda pela parte interior da muralha.

A campanha, que se levará a cabo neste ano de 2020 com o apoio do Município de Arcos de Valdevez, permitirá conhecer mais sobre a presença do exército romano na antiga Gallaecia e converter-se-à no primeiro acampamento romano a ser intervencionado arqueologicamente no Norte de Portugal, um território no que até agora a informação sobre a presença de contingentes militares romanos era relativamente limitada. É parte do projecto de investigação Finisterrae financiado no marco do programa de investigação e inovação Horizonte 2020 da União Europeia através de uma Marie Skłodowska-Curie Individual Fellowhisp (grant ID 794048) que o arqueólogo da Universidade de Exeter João Fonte, membro de romanarmy.eu, está levando a cabo para comprender as transformações na paisagem e na sociedade no Norte de Portugal entre o final da Idade do Ferro e os inícios da romanização. O Município de Arcos de Valdevez confia em que “esta intervenção contribuirá para a posterior valorização desta importante estação arqueológica do nosso concelho, e, ao mesmo tempo para a dinamização cultural e turística de Arcos de Valdevez”.

Histórias

Santa Baia (Soandres, A Laracha): de castro a campamento romano

Uno de los campamentos más singulares publicados en nuestro artículo The reassessment of the Roman military presence in Galicia and Northern Portugal through digital tools: archaeological diversity and historical problems (aquí puedes consultar toda la información) es el de Santa Baia (Soandres, A Laracha, A Coruña). Se trata del recinto fortificado romano ubicado más al norte de la actual Galicia, en el territorio ocupado por uno de los pueblos galaicos más mencionados por las fuentes clásicas: los ártabros. Se localiza, además, no muy lejos de la antigua Brigantium.

Fuente: Peralta Labrador, E., & Camino Mayor, J. (2015). Conclusiones sobre las Guerras Ástur-Cántabras. In J. Camino Mayor, E. Peralta Labrador & J. F. Torres-Martínez (Eds.), Las Guerras Astur-Cántabras (pp. 345-375). Gijón: KRK Ediciones.

Santa Baia es un caso especial porque plantea interesantes cuestiones alrededor de la relación entre campamentos romanos y castros indígenas. En el contexto de las guerras cántabras tenemos varios ejemplos de castros reocupados por tropas romanas, como pueden ser Monte Bernorio y La Loma (Palencia), así como Santa Marina y la Espina del Gállego (Cantabria). En las Islas Británicas también hay varios ejemplos muy conocidos, como pueden ser Hod Hill en Dorset, o Brandon Hill, cerca de Gales.


Campamento de Hod Hill, en la zona alta del castro. Fonte: Castlesfortsbattles.co.uk


Monte Bernorio. Foto: Google Earth

Pero en todos estos casos es el campamento romano el que se sitúa en el interior del castro, típicamente en la zona más elevada y fácil de defender. Las dimensiones permiten situar aquí pequeñas guarniciones que construyen defensas adicionales, conformando un castellum muy vinculado al control del territorio circundante. No es sencillo saber qué sucedió con la población indígena que habitaba en estos castros en el momento de la construción de las defensas romanas, si bien en Monte Bernorio ou La Espina del Gallego, por exemplo, se documentan episodios de asedio y destrución de los castros -en particular de sus defensas- previos a la construción de la fortificación romana.

Pero el caso de Santa Baia es distinto. Porque si en los anteriores el castellum se sitúa en el interior del castro, en el caso de Santa Baia el campamento desborda sus límites y es la fortificación indígena la que queda en el interior del campamento. Santa Baia, además, no puede ser considerado únicamente un castellum para un pequeño contingente. Sus dimensiones, superiores a las cinco hectáreas y con una estimación de ocupación entre 2500 y 3650 soldados, según explicamos en el artículo, lo sitúan en un rango intermedio dentro de las dimensiones de los campamentos que localizamos en el Noroeste. Una hipótesis derivada de nuestro reconocimiento in situ del yacimiento pasa porque el castro ya estuviese abandonado en el momento de la llegada del ejército romano, siendo fundado y habitado en la primera Edad del Hierro. Sin mebargo, serán precisos ulteriores estudios para tener claro si los dos recintos coexistieron de algún modo o si simplemente se sucedieron en el tempo. En cualquier caso, es un caso extremadamente extraño: en el ámbito europeo occidental por el momento es el único que conocemos.

De lo que no cabe ninguna duda es de que el campamento se encuentra en una localización de singular valor. El alto es fácil de defender y se encuentra en un importante nudo de comunicaciones una área de monte alto (Monte Xalo) y los valles prelitorales. Pero en Santa Baia también se conservó una intrigante tradición oral. Recogimos de los vecinos la historia de que, como o es habitual, el castro estaba habituado por los moros. Pero los vecinos se esforzaron en precisar que en una zona justo bajo el castro, al noroeste, habían habitado otras gentes. De acuerdo con sus palabras, en esa zona “acamparan os fenicios” (“habían acampado los fenicios”). La zona indicada por las fuentes coincide con la parte del recinto que reúne mejores condiciones para para la acampada de tropas.

Este es un ejemplo de algunas de las sorprendentes historias de tradición oral que parecen recoger la memoria de un campamento de escasa duración establecido hace dos mil años por un contingente militar. Non es un caso único en Galicia. En el futuro haremos alguna publicación en relación con esta sorprendete memoria tradicional.

En este vídeo podéis ver una visualización del modelo digital del terreno e do campamento:

Histórias, Publicações


Modelo 3D a partir de dados LIDAR com a localização do acampamento romano de Santa Baia (A Laracha, A Coruña). Infográfico: José Manuel Costa. Fonte dos dados LiDAR: IGN-PNOA.

O exército romano teve uma presença muito mais destacada, diversificada e prolongada no Noroeste da Península Ibérica do que se sabia até agora. 22 novos sítios militares romanos, alguns inéditos, revelam uma grande dispersão de contingentes militares por todo o território e, acima de tudo, uma grande diversidade de operações e missões que podiam ir desde ações de combate, reconhecimento territorial ou controlo policial.

Esta é a nova visão dos primeiros contactos militares de Roma com o Noroeste Peninsular argumentada no artigo “The reassessment of the Roman military presence in Galicia and Northern Portugal through digital tools: archaeological diversity and historical problems”, que acaba de ser publicado no número 19 (número 3) da publicação científica de referência Mediterranean Archaeology and Archaeometry por parte de três investigadores do colectivo romanarmy. “A investigação permitiu-nos mapear uma série de evidências que ressoam fortemente num território anteriormente silencioso”, assinalam os investigadores José Manuel Costa (USC), João Fonte (Universidade de Exeter, Instituto de Ciencias do Patrimonio) e Manuel Gago (USC). Para eles, a análise do novo conjunto de dados “abre as portas a uma transformação radical das narrativas históricas tradicionais relativas à conquista e integração destes territórios por Roma”.

Até há pouco, a Galiza, o Ocidente das Astúrias e o Norte de Portugal consideravam-se palcos marginais da conquista romana da Península Ibérica. A investigação, fruto da combinação de diferentes técnicas de prospecção e análise arqueológica realizadas nos últimos cinco anos, oferece uma nova e radicalmente diferente visão, com 22 sítios militares romanos distribuídos por diferentes áreas do Noroeste Peninsular. Analisando parâmetros de distribuição, assentamento no território e a sua morfologia, os investigadores tentaram compreender a lógica que seguem estes destacamentos militares.

Neste link, você pode acessar os resumos executivos do artigo em galego, português e castelhano.

Continue Reading

Histórias


Poblado castreño de Castello en Berducedo (Ayande, Asturias).

¡Empieza la vendimia académica de romanarmy.eu! Estrenamos septiembre con dos publicaciones sobre nuestro trabajo. Los dos tienen puntos en común que defendemos desde el colectivo romanarmy: la importancia de la arqueología para entender los procesos de conquista del noroeste peninsular, relativizando el papel de las fuentes históricas romanas y permitiéndonos ver más allá de su relato de los hechos, muy condicionado por las motivaciones y los intereses sociopolíticos de la época. La segunda idea es que no podemos estudiar el ejército romano o el proceso de conquista sin tener en cuenta a la población indígena, que debemos integrar en nuestros relatos científicos, yendo más allá de concebirla como un actor mudo de los hechos.

En el primero de los textos, “La presencia militar romana en el noroeste ibérico hacia el cambio de era: estado actual y retos de futuro”, publicado en el volumen colectivo “Accampamenti, guarnigioni e assedi durante la Seconda Guerra Punica e la conquista romana (secoli III-I a.C.): prospettive archeologiche” y editado en Roma, hacemos un estado de la cuestión sobre la investigación a la altura de 2017, cuando presentamos este trabajo en una reunión científica en la capital italiana, y llamamos la atención sobre la necesidad de combinar el descubrimiento de nuevos yacimientos (muy acelerado en los últimos años) con un análisis reposado e integral de todos los nuevos datos de los que disponemos.


Fotografía aérea del Cerro de Castarreño, vista desde el noroeste. Julio de 2012. Foto: J. García Sánchez

El segundo, que ya está disponible en línea, aborda nuestros trabajos arqueológicos en el importante enclave de Sasamón, zona fundamental de las operaciones militares romanas en las Guerras cántabras. Nos detenemos en el castro del Cerro de Castarreño (Olmillos de Sasamón), y las discusiones historiográficas alrededor de su identificación como la ciudad de Segisama de las fuentes clásicas. También exploramos el papel del Cerro en la construcción del paisaje histórico de la zona y presentamos lso resultados de nuestras intervencinoes en el yacimiento.

ACCEDE A LAS PUBLICACIONES
González Álvarez, David; Costa-García, José Manuel; Menéndez Blanco, Andrés; Fonte, João; Álvarez Martínez, Valentín; Blanco-Rotea, Rebeca y Gago Mariño, Manuel (2019): La presencia militar romana en el noroeste ibérico hacia el cambio de era: estado actual y retos de futuro. En: Vallori Márquez, Bartomeu; Rueda Galán, Carmen y Bellón Ruiz, Juan Pedro (eds.), Accampamenti, guarnigioni e assedi durante la Seconda Guerra Punica e la conquista romana (secoli III-I a.C.): prospettive archeologiche. Roma: Edizioni Quasar di Severino Tognon, 127-138.

Consultar la referencia:
https://www.edizioniquasar.it/sku.php?id_libro=2395

García Sánchez, J. y Costa-García, J. M. (2019) El oppidum del Cerro de Castarreño, Olmillos de Sasamón. Historiografía y arqueología de un hábitat fortificado de la segunda Edad del Hierro. Boletín de la Institución Fernán González, 258 (2019/1), pp. 9-45.

Leer en linea:
https://www.academia.edu/40304972/El_oppidum_del_Cerro_de_Castarre%C3%B1o_Olmillos_de_Sasam%C3%B3n._Historiograf%C3%ADa_y_arqueolog%C3%ADa_de_un_h%C3%A1bitat_fortificado_de_la_Segunda_Edad_del_Hierro

Histórias

El sociólogo Zygmunt Bauman acuñó, entre otros, el término de modernidad líquida. Suele ser complejo definir lo que hacemos, y más encuadrarlo en etiquetas, pero quiero pensar que al sumar este concepto al de ciencia en abierto, #MeToo, heterodoxia, descentralización, rigor, feminismo, experimentación, innovación, interdisciplinaridad, y tantos otros términos enarbolados en nuestro decálogo, y tantas realidades que se suceden en bucle en la última década, acabaré por encontrar un palabro que defina lo que hago, y lo que hago en este colectivo. Tal vez Bauman ya nos lo dio, y al fin y al cabo sólo hacemos ciencia líquida que intenta colarse por las grietas de la Academia para procurar romper corsés, y sacarnos de la burbuja científica (que cualquier día nos va a explotar en la cara) y el desencanto de la investigación (que nos hace huir hacia otros mundos), en la línea en que Joan Santacana nos comenta en su artículo reciente del Cuaderno Digital de Cultura. Si esa ciencia líquida la ponemos bajo los pies de las mujeres, que el día de hoy nos reivindicamos en Ciencia, en vez de volverse transparente como el agua nos acaba, muchas veces, embarrando en desigualdades y conduciendo a techos de cristal que hay que seguir rompiendo. ¿Qué hago aquí? Al final sólo procurar divertirme en lo diferente y seguir intentando no ponerme el corsé, que aprieta (y te puede llevar a precipitarte por el acantilado).

Continue Reading

Sítios, Histórias

Roma no vino aquí a nada. Detrás de la conquista hay unos intereses que mueven al naciente Imperio a desplegar todas sus fuerzas sobre un pequeño rincón en los confines occidentales de Europa. Entre esos objetivos estaban los abundantes yacimientos de oro del Noroeste ibérico, especialmente ricos en zonas como la comarca leonesa de Cabreira. Con el fin de estudiar el impacto de la conquista y las profundas transformaciones que la siguen, el pasado mes de agosto nuestros compañeros Andrés Menéndez, Valentín Álvarez y David González excavaron en el poblado fortificado de El Castru (La Cuesta, León).

La intensísima actividad minera de este territorio en los siglos I y II d.C., con complejos productivos tan notables como los de las faldas del Teleno, implicó unos cambios radicales en los poblados preexistentes y la fundación de otros asentamientos nuevos. El importante recinto fortificado de El Castru no fue ajeno a ello, a la vista de las abundantísimas escorias de hierro localizadas en su entorno. Por esta razón fue escogido para abrir un sondeo valorativo que pudiera dar pistas acerca de su potencial arqueológico, que se mostró impresionante. Hasta el momento, la breve campaña realizada este verano permitió sacar a la luz parte de una estancia que, a juzgar por la gran cantidad y tipología de los materiales encontrados, puede considerarse un almacén de época romana.

La intervención ha sido financiada por el Ayuntamiento de Truchas, la Junta Vecinal de La Cuesta y el Instituto Leonés de Cultura de la Diputación de León. Actualmente los materiales están en proceso de estudio y se está considerando la preparación de nuevas campañas dados los excelentes resultados obtenidos.
Como complemento a la excavación se ha realizado una prospección del territorio que facilitase la contextualización del yacimiento. Esto nos ha permitido localizar e inventariar para su protección un nuevo campamento militar temporal romano en el valle del río Eria.